Azrael e a Brancura

19-02-2023

Escuta cada sílaba de uma nova palavra, um corpo branco sibilante vem para transformar uma única letra em pirâmides e esferas sonoras, um verso, um poema, a Poesia numa letra! 

Diria Mannigfaltigkeit - a Multiplicidade no ponto inicial. Para te levar ao Princípio Azrael traz flores brancas no regaço, são as mesmas flores que ganham a cor vibrante das Chamas Sagradas ao longo do Caminho do iniciado

Então Azrael canta:

... corpo branco, corpo branco, oh serenidade plena, apenas Tu tens este olhar sobre ti mesmo, haverá algo mais perfeito?  

Enquanto canta, Azrael limpa as vestes do iniciado exalando o perfume da rosa que lhe foi dada por Maria: 

Corpo branco, corpo branco, quão grandioso Tu neste momento, fechaste os olhos para fora e abriste-os para dentro! 

Quando se fala de Arcanjos, a Poesia é a convidada preferida! Nos versos e por entre eles há a luminescência de silêncios, que uma vez compreendidos, se entranham na matéria do Corpo, deste Corpo ... e por isso Azrael canta: 

Corpo Branco, Corpo Branco, nada mais há que este momento, branca, amarela ou rosa, a flor já se abriu para além do tempo! 

O iniciado aceita a oferenda e deixa que o corpo seja espaço aberto para um enxame de melodias amorosas. A nova palavra que entrou dentro da água demora-se o tempo que for necessário até que o desígnio seja manifesto: 

Corpo branco, corpo branco, quão belo é este Caminho! Quão belos os frutos, quão bela a Tua Inocência!